sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Maior exemplo de vida

Idosa festeja seu centenário fumando, bebendo e comendo gorduras

Com um cigarro na mão direita e um copo de cerveja preta na outra, Olívia Franco da Silva desafia todos os protocolos de saúde. É sem abrir mão de hábitos politicamente incorretos que ela pretende festejar seus cem anos, hoje, em Alvorada.

No jantar em que dançará a valsa do centenário, com um vestido azul alugado para a ocasião, também não faltarão suas comidas prediletas: toucinho, torresmo e morcilha. Os médicos e a família tentam convencê-la a moderar. Olívia não se intimida. Fuma uma carteira de cigarro a cada três dias, não recusa uma cervejinha, nem pensa em trocar carne gorda por sopinhas. Apesar do mau exemplo que a torna exceção, não tem doença aparente, sequer alteração de colesterol.

– Agora que tenho essa idade, ninguém me governa mais. A gente vai fazer o que se não aproveitar a vida? – provoca, com sorriso maroto.

“Ela parece ser muito sortuda”, diz geriatra

Filha de agricultores, trabalhou desde a infância na roça, plantando fumo em Santa Cruz do Sul. Foi furtando palheiros da mãe, aos oito anos, que adquiriu o vício. Na mesma lida do campo, aprendeu que precisava de “sustância”. Ainda hoje, come viradinho de feijão no café da manhã.

– Só falam de arrozinho, massinha, bolachinha. Essas comidas delicadas não dão força para a pessoa – insiste.


Dona Olívia, praticamente a versão feminina de Keith Richards, é desde já nosso maior ídolo e exemplo de postura moral. Já o médico dela, dispensamos. O sujeito passa mais de seis anos estudando medicina para dizer que alguém tem sorte? Sortudo é quem ganha na loteria, dotô, Dona Olívia é sábia.

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